Suavidade, leveza e valorização do feminino dão o tom na Semana de Alta Costura, em Paris
Algumas casas apostaram na inovação, enquanto outras mantiveram-se fiéis às suas assinaturas estilísticas
PorLuanna Mandelli
4/6/2025

Haute Couture Week aconteceu de 27 a 30 de janeiro (Foto: Chanel, Reprodução)
Mais de vinte desfiles de alta costura dominaram a capital francesa entre 27 e 30 de janeiro, abrindo a temporada de primavera-verão internacional da moda. Em 2025, a Haute Couture Week foi marcada pelo uso de cores neutras e suaves, como branco, bege e cinza, transportando a audiência para uma atmosfera desértica. O mais interessante é que o foco da coleção mudou: em vez de um vestuário que restringe o corpo humano, houve uma valorização do corpo feminino, com silhuetas que o destacam e o uso predominante de tecidos leves e fluidos.
A alta costura (haute couture, em francês) é uma categoria exclusiva e de alto padrão da indústria da moda que pertence à Chambre Syndicale de la Haute Couture, uma organização em Paris. A semana de desfiles é tão exclusiva que, para qualquer designer participar, ele precisa ser escolhido pela organização, e a marca deve estar sediada em Paris. Além disso, para adquirir uma peça, é necessário ser convidado pela marca para assistir ao desfile, onde os clientes selecionam os modelos desejados. As peças são então confeccionadas artesanalmente, sob medida para cada comprador.
Schiaparelli
A Schiaparelli abriu a Semana de Haute Couture, sendo a primeira casa a levar a audiência a uma viagem pelo deserto. A marca manteve sua assinatura de exagero e silhuetas inusitadas, reafirmando o DNA de Schiaparelli, em que o elegante se funde ao estranho e ao surreal.

Schiaparelli abriu a Haute Couture com exagero e surrealismo, levando a moda ao deserto (Fotos: Schiaparelli, Reprodução)

Schiaparelli abriu a Haute Couture com exagero e surrealismo, levando a moda ao deserto (Fotos: Schiaparelli, Reprodução)

Schiaparelli abriu a Haute Couture com exagero e surrealismo, levando a moda ao deserto (Fotos: Schiaparelli, Reprodução)

Schiaparelli abriu a Haute Couture com exagero e surrealismo, levando a moda ao deserto (Fotos: Schiaparelli, Reprodução)

Schiaparelli abriu a Haute Couture com exagero e surrealismo, levando a moda ao deserto (Fotos: Schiaparelli, Reprodução)

Schiaparelli abriu a Haute Couture com exagero e surrealismo, levando a moda ao deserto (Fotos: Schiaparelli, Reprodução)
Armani Privè
Aos 91 anos, Giorgio Armani mais uma vez nos lembra o verdadeiro significado da elegância. Sua coleção traz cortes sofisticados e uma paleta de cores mais maduras e conservadoras, porém alinhada com a tendência da semana, explorando tons terrosos.
O boho chic também marcou presença, enquanto cortes assimétricos e elementos geométricos trouxeram um toque de modernidade. A coleção, embora não seja perfeita, manteve a identidade da Armani: vestidos luxuosos, brilho e sofisticação.

Armani reafirma sua elegância atemporal com sofisticação, brilho e tons terrosos (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Armani reafirma sua elegância atemporal com sofisticação, brilho e tons terrosos (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Armani reafirma sua elegância atemporal com sofisticação, brilho e tons terrosos (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Armani reafirma sua elegância atemporal com sofisticação, brilho e tons terrosos (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Armani reafirma sua elegância atemporal com sofisticação, brilho e tons terrosos (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Armani reafirma sua elegância atemporal com sofisticação, brilho e tons terrosos (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Armani reafirma sua elegância atemporal com sofisticação, brilho e tons terrosos (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)
Jean Paul Gaultier
Drama e história são a essência da marca, e essa coleção não fugiu à regra. As roupas remetem a esqueletos em formas diferenciadas, evocando uma estética que mescla arte, guerra e paixão, quase como uma tragédia grega. Foi uma das coleções mais marcantes remetendo às tendências dos anos 2000, quando a moda era vista como uma forma de arte grotesca e maximalista.

Com drama e história, Gaultier revive os anos 2000, unindo arte, guerra e tragédia grega (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Com drama e história, Gaultier revive os anos 2000, unindo arte, guerra e tragédia grega (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Com drama e história, Gaultier revive os anos 2000, unindo arte, guerra e tragédia grega (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Com drama e história, Gaultier revive os anos 2000, unindo arte, guerra e tragédia grega (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Com drama e história, Gaultier revive os anos 2000, unindo arte, guerra e tragédia grega (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Com drama e história, Gaultier revive os anos 2000, unindo arte, guerra e tragédia grega (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Com drama e história, Gaultier revive os anos 2000, unindo arte, guerra e tragédia grega (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)
Valentino
Alessandro Michele, um dos designers mais reconhecidos da moda atual, apresentou uma coleção que reflete seu estilo inconfundível. Estampas vibrantes, cortes exagerados, franjas e uma abundância de informações visuais marcaram a apresentação. A estética de Michele desperta amor ou ódio, mas inegavelmente entrega inovação e nostalgia. A coleção tem um toque de fantasia, como se uma boneca esquecida na casa da avó tivesse ganhado vida.

Valentino une fantasia e nostalgia em uma coleção vibrante, exagerada e cheia de personalidade (Fotos: Alessandro Luciono/Gorunway, Reprodução)

Valentino une fantasia e nostalgia em uma coleção vibrante, exagerada e cheia de personalidade (Fotos: Alessandro Luciono/Gorunway, Reprodução)

Valentino une fantasia e nostalgia em uma coleção vibrante, exagerada e cheia de personalidade (Fotos: Alessandro Luciono/Gorunway, Reprodução)

Valentino une fantasia e nostalgia em uma coleção vibrante, exagerada e cheia de personalidade (Fotos: Alessandro Luciono/Gorunway, Reprodução)

Valentino une fantasia e nostalgia em uma coleção vibrante, exagerada e cheia de personalidade (Fotos: Alessandro Luciono/Gorunway, Reprodução)

Valentino une fantasia e nostalgia em uma coleção vibrante, exagerada e cheia de personalidade (Fotos: Alessandro Luciono/Gorunway, Reprodução)
Antonio Grimaldi
A jornada pelo deserto continuou com Antonio Grimaldi, porém de maneira mais sutil, destacando a celebração do corpo feminino. O diferencial dessa coleção foi a fusão entre formas geométricas rígidas e a suavidade dos vestidos, criando uma estética futurista. A coleção evoca um mundo pós-apocalíptico de paz, como se representasse a entrada em uma nova era.

Grimaldi equilibra futurismo e suavidade, criando um deserto pós-apocalíptico de elegância e renascimento (Fotos: Grimaldi, Reprodução)

Grimaldi equilibra futurismo e suavidade, criando um deserto pós-apocalíptico de elegância e renascimento (Fotos: Grimaldi, Reprodução)

Grimaldi equilibra futurismo e suavidade, criando um deserto pós-apocalíptico de elegância e renascimento (Fotos: Grimaldi, Reprodução)

Grimaldi equilibra futurismo e suavidade, criando um deserto pós-apocalíptico de elegância e renascimento (Fotos: Grimaldi, Reprodução)

Grimaldi equilibra futurismo e suavidade, criando um deserto pós-apocalíptico de elegância e renascimento (Fotos: Grimaldi, Reprodução)

Grimaldi equilibra futurismo e suavidade, criando um deserto pós-apocalíptico de elegância e renascimento (Fotos: Grimaldi, Reprodução)

Grimaldi equilibra futurismo e suavidade, criando um deserto pós-apocalíptico de elegância e renascimento (Fotos: Grimaldi, Reprodução)
Christian Dior
Maria Grazia Chiuri trouxe uma coleção que parece saída de um conto de fadas. Com uma paleta de cores básicas e cortes modernos, os vestidos ganharam volume exagerado, remetendo ao imaginário das bonecas. Foi uma das coleções mais elaboradas e sofisticadas da semana, destacando-se pela sua estética romântica e delicada.

Dior transforma contos de fadas em alta-costura com volumes exuberantes e romantismo sofisticado (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Dior transforma contos de fadas em alta-costura com volumes exuberantes e romantismo sofisticado (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Dior transforma contos de fadas em alta-costura com volumes exuberantes e romantismo sofisticado (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Dior transforma contos de fadas em alta-costura com volumes exuberantes e romantismo sofisticado (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Dior transforma contos de fadas em alta-costura com volumes exuberantes e romantismo sofisticado (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Dior transforma contos de fadas em alta-costura com volumes exuberantes e romantismo sofisticado (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Dior transforma contos de fadas em alta-costura com volumes exuberantes e romantismo sofisticado (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)
Giambattista Valli
Menos conhecido internacionalmente, Giambattista Valli apresentou uma coleção inspirada no Marrocos e em seu filho de 11 anos, que lhe trouxe uma visão otimista do mundo. Apesar da proposta sentimental, a coleção pareceu um pouco exagerada e não tão atraente visualmente. Alguns designers tentam inovar excessivamente, e neste caso, o resultado não foi tão bem-sucedido. No entanto, o vestido de noiva se destacou pela sua elegância.

Valli buscou inspiração no Marrocos e na infância, mas o destaque ficou para o elegante vestido de noiva (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Valli buscou inspiração no Marrocos e na infância, mas o destaque ficou para o elegante vestido de noiva (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Valli buscou inspiração no Marrocos e na infância, mas o destaque ficou para o elegante vestido de noiva (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Valli buscou inspiração no Marrocos e na infância, mas o destaque ficou para o elegante vestido de noiva (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Valli buscou inspiração no Marrocos e na infância, mas o destaque ficou para o elegante vestido de noiva (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)

Valli buscou inspiração no Marrocos e na infância, mas o destaque ficou para o elegante vestido de noiva (Fotos: Daniele Oberrauch/Gorunway, Reprodução)
Chanel
Esta coleção da Chanel foi peculiar, pois marca um período de transição para a casa. Com a saída de Virginie Viard, demitida por decisões estéticas controversas, e sem que o novo diretor criativo, Matthieu Blazy, tenha ainda lançado sua coleção, a marca parece estar sem uma direção clara. O resultado foi uma coleção confusa, com cores fortes e roupas sem uma identidade definida, que não dialogam nem com o público mais jovem, nem com o tradicional.

Em meio a uma transição, Chanel apresentou uma coleção confusa, sem identidade clara ou direção definida (Fotos: Filippo Flor/Gorunway, Reprodução)

Em meio a uma transição, Chanel apresentou uma coleção confusa, sem identidade clara ou direção definida (Fotos: Filippo Flor/Gorunway, Reprodução)

Em meio a uma transição, Chanel apresentou uma coleção confusa, sem identidade clara ou direção definida (Fotos: Filippo Flor/Gorunway, Reprodução)

Em meio a uma transição, Chanel apresentou uma coleção confusa, sem identidade clara ou direção definida (Fotos: Filippo Flor/Gorunway, Reprodução)

Em meio a uma transição, Chanel apresentou uma coleção confusa, sem identidade clara ou direção definida (Fotos: Filippo Flor/Gorunway, Reprodução)

Em meio a uma transição, Chanel apresentou uma coleção confusa, sem identidade clara ou direção definida (Fotos: Filippo Flor/Gorunway, Reprodução)
Inovação e tradição
A Haute Couture Week 2025 mostrou uma tendência para tons neutros e formas que celebram o corpo feminino. Algumas casas apostaram na inovação, enquanto outras mantiveram-se fiéis às suas assinaturas estilísticas. Em meio a um cenário de mudanças e desafios na indústria, a alta-costura continua a nos encantar com sua habilidade artesanal e criatividade sem limites.
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