Como acessar sua consciência feminina?

Por que ser uma, quando se pode ser muitas? Diferentes versões de si, como uma peça de teatro com uma atriz só, em que ela interpreta (quase) todos os personagens. Enxergo a mim mesma como um baralho de cartas, composto pelas diferentes mulheres que fui, pelas diferentes situações que vivi e que me inspiram, tudo se unindo neste jogo de tarô da vida que vivo.

Cada uma das personagens de Sex And The City, por exemplo, me inspirou de maneiras diferentes. Carrie por ser autêntica tanto no estilo quanto na coragem de escrever sobre sexo, parte importante da vida de qualquer pessoa adulta (ambos, na verdade… venhamos e convenhamos). 

Quando esse assunto surgiu na minha própria história, meu filho tinha um ano de idade e uma amiga me convidou para ser sócia dela na venda de produtos eróticos. Aqui entra aqui a carta da Samantha, uma reviravolta no meu universo que eu não imaginava. 

Tive que superar o medo do julgamento, criar uma liberdade autêntica e, em oito anos vivendo desse modelo de negócio, percebi que falar de sexo é tão tabu quanto é necessário. Falaremos mais sobre isso adiante.

Desde que a sensualidade entrou no meu universo, veio junto a dança sensual. Me encantei com a suavidade das pin-ups e a força e a irreverência do burlesco. Dois arquétipos femininos diferentes, que pra mim se complementam. 

Aqui adicionei novas cartas no baralho da minha vida: Marilyn Monroe, Betty Boop, Dita Von teese e Carmen Miranda, entre outras. Hoje, dando aulas há mais de dez anos, encontro mulheres que têm certa dificuldade em acessar uma consciência feminina, sem medo. 

Elas cumprem exemplarmente seus papéis sociais. São mães, cônjuges, empresárias, funcionárias, irmãs, amigas… Todos esses que os outros veem e julgam, que estão expostos. Quando elas têm de ser femininas sozinhas não sabem o que isso quer dizer no corpo delas. 

Aqui não estou falando de roupas, acessórios, cuidados estéticos… Estou falando de saúde mental, de energia, de postura, de viver com liberdade e autenticidade. De ter a possibilidade e o espaço interno de acessar uma leveza, uma memória ancestral que traz força.

Falar, movimentar e ensinar a sensualidade e essa liberdade em si, é o que venho executando desde então (hoje não trabalho mais com produtos eróticos, a pandemia se encarregou de levar consigo essa parte da minha história). 

Depois de muitos feedback das minhas aulas sobre como as aulas eram terapêuticas - sem ser terapia -, busquei estudar mais a fundo as técnicas e adicionei mais cartas ao meu baralho. 

Atualmente, estou focada no equilíbrio da energia e da saúde mental das mulheres Uma de cada vez, passo a passo, até que elas estejam prontas para viverem sem medo de serem sensuais, livres, com a energia equilibrada e a saúde mental em dia.