Nada é permanente: estudo propõe nova visão sobre comportamento e consumo
Pesquisa diz que marcas, produtos e serviços precisam ser mais flexíveis e adaptáveis no futuro dos negócios
PorRedação
4/10/2025

O conceito de impermanência considera que mudanças constantes impactam a forma como vivemos, consumimos e nos relacionamos com o mundo (Foto: Unsplash)
No budismo, a impermanência significa que tudo muda e se transforma. Um novo estudo explora esse conceito para entender como a volatilidade do mundo moderno afeta o comportamento humano e o mercado. A pesquisa A Permanência da Impermanência, realizada pela startup Neura em parceria com a plataforma de pesquisa PiniOn, propõe que indivíduos e empresas adotem essa perspectiva para criar produtos, serviços e estilos de vida mais dinâmicos e significativos.
Para Andre Cruz, CEO da Neura e especialista em neurociência, a sociedade exige uma nova dinâmica em que não há mais espaço para uma visão linear da vida, considerando que somos seres flexíveis e precisamos aprender a aceitar as mudanças. “Entender as diferentes maneiras de encarar a existência é o primeiro passo para começar a mudar hábitos e se desprender das antigas amarras da vida. A sociedade mudou e, agora, exige uma nova dinâmica cultural que não pode ser ignorada”, diz ele.
Formulado com metodologia mista, o estudo incluiu 523 pessoas, de 18 a 84 anos, que interagiram por meio de áudio na pesquisa qualitativa. Na quantitativa, 1583 questionários foram aplicados em todas as regiões do Brasil.
O resultado sugere que, no futuro dos negócios, a capacidade de adaptação será fator decisivo. Para ilustrar essa ideia, a pesquisa identificou sete perfis ‘impermanentes’, que representam diferentes formas de encarar a vida nesse novo formato de comportamento e consumo.
Para ilustrar os perfis, perguntamos ao ChatGPT personalidades famosas que se encaixam nas características.
Impermanente Pessimista (38%)

Em sua obra, Woody Allen discute o tempo, a morte e as incertezas existenciais (Foto: Eric Gaillard, Reuters)
O mais comum entre os entrevistados, esse perfil acredita que o destino já está traçado e que qualquer tentativa de mudança será inútil. Muitas dessas pessoas acabam presas ao passado, revivendo experiências e evitando pensar no futuro. O estudo identificou que esse perfil é mais presente entre mulheres jovens, de 18 a 24 anos. “Ao analisar, percebemos que questões como a pressão social para terem responsabilidades no lar, na família, cuidado e, ao mesmo tempo, no trabalho são impulsionadores desse pessimismo”, diz Bruno Stassburger, pesquisador de cultura e comportamento da Neura.
Impermanente Otimista (19%)

Morgan Freeman, sempre ativo, é um exemplo de quem vê a idade apenas como um número (Foto: Michael Kovac, Getty Images)
Esse grupo encara a impermanência de forma positiva. Para eles, a idade é apenas um número e há sempre novas oportunidades à frente. A pesquisa mostrou que esse perfil é mais frequente entre homens acima de 60 anos, que já passaram por muitas fases da vida e adotaram uma postura mais leve e aberta às mudanças.
Impermanente Utopista (18,4%)

Elon Musk aposta na tecnologia e na longevidade como pilares do futuro (Foto: TEDTalks, Reprodução)
Os utopistas vivem como se fossem imortais. Enxergam o futuro como uma certeza e, muitas vezes, não se preocupam com as ações do presente. O estudo compara o perfil à mentalidade das “age techs”, empresas que investem em tecnologias para prolongar a saúde e a longevidade.
Impermanente Progressista (9,1%)

Gwyneth Paltrow investe em inovação para melhora da qualidade de vida e bem-estar (Foto: Image Press Agency, Deposit Photos)
Os progressistas veem a vida como algo maleável e estão dispostos a mudar hábitos para viver melhor. Eles já estão no processo de adaptação e buscam ativamente formas de melhorar sua qualidade de vida, seja por meio da alimentação, do bem-estar mental ou da tecnologia.
Impermanente Relativista (7%)

Jennifer Aniston mantém uma postura leve e equilibrada sobre o futuro (Foto: Divulgação)
Esse grupo evita pensar no futuro e tem medo do envelhecimento. Muitos deles preferem viver intensamente no presente e rejeitam a ideia de envelhecer. A pesquisa identificou que essas pessoas costumam evitar temas relacionados à velhice e, em alguns casos, expressam o desejo de não viver até idades avançadas.
Impermanente Idealista (5%)

Tim Cook, CEO da Apple, tenha uma forte visão de inovação e futuro, ele também é conhecido por sua abordagem cuidadosa e ponderada (Foto: Apple, Divulgação)
Esse perfil acredita que é possível viver mais e melhor, mas ainda não adotou mudanças concretas para isso. Mais comum entre pessoas da classe A, de 25 a 39 anos, esse grupo reconhece a importância de cuidar da saúde e do bem-estar, mas tende a adiar ações práticas.
Impermanente Protagonista (4%)

Whitney Wolfe Herd visionária e estrategista, planejou sua carreira e sua empresa com uma visão de longo prazo (Foto: Masterclass, Reprodução)
O menos representado na pesquisa, esse perfil é composto por pessoas que se planejam para uma vida longa e adaptável. Com visão estratégica sobre o futuro, esses indivíduos fazem escolhas alinhadas a um estilo de vida flexível, garantindo que estejam preparados para as transformações da vida. Esse grupo é mais comum entre pessoas da classe A, de 25 a 39 anos, que valorizam planejamento e inovação para lidar com as incertezas do tempo.
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