Cultura

Princesa Isabel: força e coragem

Forte e determinada, a princesa fez a lei do Ventre Livre e depois a lei Áurea, que libertou os escravos

Por
Tânia Rabêllo - Institutum Véritas

4/9/2025

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Princesa Isabel em 1887, um ano antes da Abolição da Escravatura (Foto: Museu Imperial de Petrópolis).

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, nasceu em 29 de julho de 1846, no Rio de Janeiro. Filha de Dom Pedro II, aos 18 anos casou-se com o Conde d´Eu, Francês e sempre se interessou mais pelos afazeres domésticos do que pela política. Ainda assim, por três vezes precisou assumir a regência do país, devido à ausência do pai.

Isabel tinha uma visão alegre da vida. Tinha opinião forte e não tinha medo de falar o que pensava. Aceitava e entendia a sociedade da época, em que as mulheres eram dependentes e obedientes. Não tinha problemas em obedecer às regras tradicionais. Após dois abortos, deu à luz o seu primeiro filho, Pedro de Alcântara. Após um novo aborto, deu à luz o seu segundo filho, Luís. Ao todo Isabel teve quatro filhos e se realizou em viver para a família, fazendo o marido e filhos felizes.

A Princesa Isabel gostava de uma vida calma e doméstica. Por ser muito católica, ser mulher, ter se casado com um estrangeiro e favorável à libertação dos escravos, sofreu rejeição ao trono. Porém, diante da morte, ainda na infância, de seus dois irmãos, em épocas diferentes, tornou-se herdeira presuntiva de seu pai - isto é, sem outra opção! 

 Sem racismo

Isabel aprendeu com o pai a não ser racista. Etnia nunca teve papel importante em sua vida social, política, aliança ou desacordos. Em sua primeira regência, em 1871, aprovou a Lei do Ventre Livre, que alforriava todas as crianças nascidas de escravos após esta data, o que rendeu o nome de “A Redentora” para Isabel.

 Em sua terceira regência, em 1888, assinou a lei Áurea, garantindo a abolição da escravatura no Brasil. Ato este que gerou insatisfação aos fazendeiros de café donos de escravos, detentores dos poderes econômicos, sociais e políticos, além de muita insatisfação por parte dos oficiais militares. Um ano após, em 15 de novembro de 1889, em consequência da Proclamação da República, a família real foi expulsa do país, se exilando então na França, embora a vasta maioria do povo Brasileiro ainda apoiasse a monarquia ao republicanismo.

Em 16 de Novembro, um dia após, Isabel escreveu: “Se a abolição é a causa disto, eu não me arrependo; eu considero valer a pena perder o trono por ela.”

Na França, Isabel continuou seus trabalhos de caridade relacionados à Igreja Católica e a estabilidade financeira de sua família se manteve graças à herança do marido.

Embora a expulsão da família real tenha sido revogada em 1920, a Princesa Isabel não retornou ao Brasil e faleceu no ano seguinte, em 14 de novembro de 1921, na França. Seus restos mortais estão na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, ao lado de seus pais, D.Pedro II e de Teresa Cristina.

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