Comportamento

Arquétipos bíblicos femininos da nossa essência

O que a Cabalá nos ensina sobre Lilith e Eva, as mulheres de Adão

Por
Sandra Strauss

3/20/2025

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“O Pecado Original e a Expulsão Paraíso”, afresco de Michelangelo na Capela Sistina, Vaticano (Foto: Wikicommons)

A Integração dos '’diferentes'’, do nosso feminino e masculino, do potencial de nosso pai e mãe, de nossos ancestrais em nós. Do inconsciente com o consciente, da vontade com a realização.

Do sagrado com o profano, da ciência com a filosofia, do som com o silêncio, da amada com seu amante, entre tantos outros, será sempre a união alquímica, a pura potencialidade. 

E lá vem Lilith, nome-conceito carregado por inúmeros mistérios. "Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada." (Genesis  2:23).

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“A Criação de Eva”, por Michelangelo na Capela Sistina, Vaticano (Foto: Reprodução)

Os Mestres da Cabalá (inteligência espiritual extraída da Bíblia) revelam um código sobre esse versículo: “Esta, sim” se refere a Eva, então haveria outra mulher antecessora a Eva?

 Lilith aparece como um demônio noturno. Na crença cabalística, é a primeira mulher do personagem bíblico Adão. Nas entre linhas desse texto, ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido.

Esta afirmação de que Lilith foi a predecessora de Eva surge pela primeira vez no Alfabeto Ben Sira, composto por volta do Século VII.

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“Lady Lilith”, pintada por Dante Gabriel Rossetti (Foto: Wikicommons)

É possível que, no primeiro capítulo, a mulher criada seja Lilith, considerando o versículo 2:23. “Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti?" Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.”

Quando Lilith contestou sua condição a D’us, Adão retrucou: "Eu não vou me deitar abaixo de você, apenas por cima.

"Lilith respondeu: "Nós somos iguais um ao outro, considerando que ambos fomos criados a partir da terra". Adão diz diante do seu Criador: "Soberano do universo! A mulher que você me deu fugiu!".

Pois é. Aqui existe uma personagem arquetípica que transgride, que se rebela, e está consciente das consequências de suas escolhas.

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“A repreensão de Adão e Eva”, retratada pelo pintor barroco Domenichino no século XVII (Foto: Wikicommons)

Considerando essa narrativa patriarcal, sustentar novos posicionamentos,    mudar um padrão energético, sócio-cultural, requer um esforço supra humano.

Para isso, despertar a potência do masculino (independente do gênero) como força, autoridade, coragem, são condições essenciais para qualquer tipo de mudança.

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“A criação de Adão”, por Michelangelo na Capela Sistina, Vaticano (Foto: Reprodução)

No versículo  “Recebi do SENHOR um varão”,  em Genesis 4:1, analisamos a gratidão a D’us, nas palavras proferidas por Eva, na ocasião do nascimento do primeiro e do terceiro filho.

Após ser expulsa do Jardim do Eden, Eva ainda demonstra fé, aceitação e esperança, enquadrando a mulher no papel de companheira e auxiliadora do homem.

Mesmo estando fora do jardim, Adão e Eva ouviam a voz de D`us, que sempre lhes enviava a palavra, respondendo às indagações deles.

Duas potências do feminino latentes em nossa alma: Lilith e Eva, hora uma hora outra, essa união alquímica é a pura potencialidade. 

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