O Alto do FestivAlto

Imagine uma enorme extensão de terras altas, que ficam sobre uma placa de cristal de quartzo, tão grande, que é a área com maior luminosidade vista da órbita da terra.

Quando chegamos naquele altar dos deuses nos sentimos mais sensíveis e leves. A energia é tão expansiva que atrai pessoas ligadas às mais diversas religiões, seitas e credos. A espiritualidade é o que conduz aquele lugar, tão impressionante que o mais ateu dos seres da terra, encontra e se deixa envolver por sua atmosfera holística. Repleta de rituais, terapias, para a mente, corpo, e alma, que se irmanam e fazem o ar seco, ficar leve, para quem quer evoluir pensamentos e ações.

A arquitetura é de uma diversidade inacreditável, com construções que imitam desde templos primitivos, até naves espaciais. Tudo em volta, torna curioso, o ateu, em descobrir porque, e como, toda aquela gente que habita e visita o Alto Paraíso, levita pelas ruas salpicadas de lojas que comercializam símbolos e objetos, vestes, instrumentos, pedras, velas, óleos, incensos, alimentos e música que remetem a práticas ritualísticas.

Nada ali está isento de lhe fazer meditar e procurar ser melhor e mais saudável.

A fé circunda o ecossistema quase virgem de suas matas de uma vegetação seca e florida, suas dezenas de cachoeiras estão invariavelmente banhando os amantes da natureza que encontram a paz ao colher os cristais que reluzem por todas as trilhas e caminhos. A vida ali tem outros significados.

Ali, as pessoas procuram aperfeiçoar o ser.

E foi isso que encontrei no alto paraíso quando fui em 2009, pela primeira vez, a convite de Tatiana Mandelli, para a cerimônia de confirmação de seu casamento, que para os wicca, é celebrado anualmente.

Foi num hotel castelo medieval, com a estética e a atmosfera que me deu a sensação de ter entrado no túnel do tempo. Todos estavam vestidos com roupas da idade média, as comidas, as bebidas, as fogueiras assando animais, os pães, as frutas, as velas, o mastro com fitas para o ritual da dança foi magnetizante, marcante, inesquecível.

Desde aí nunca mais deixei de ir.

A minha alma elegeu o alto paraíso para restaurar minha luz, meus ideais.

E vou todos os anos, às vezes mais de uma vez.

Esse ano estive, como sempre, no período de São João, quando se celebra o yule, uma cerimônia que marcou a minha iniciação nos ensinamentos das antigas religiões celtas, que se espalharam pelo mundo, e que possuem a sabedoria da medicina natural, da cura pelo fazer tudo que lhe der vontade, menos fazer mal a alguém.

Foi com relutância que aceitei participar dos rituais, minha formação cristã católica conservadora, me impedia de sentir a liberdade de poder ter fé em tudo que traz a paz.

Minha inclinação infantil pelo oculto ganhou asas com a aceitação de que posso ser muito melhor se aceitar todos os credos e filtrar os que me fazem sentir plena de bons sentimentos.

No Alto Paraíso de Goiás acontecem inúmeros rituais e festivais religiosos, mas agora existe o FestivAlto, que reúne os mais consistentes e científicos meios de acreditar no ocultismo. No começo de agosto de 2024 aconteceu pela primeira vez, fui, e foi uma festa para os que como eu, creem que estamos no mundo para nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos. Ali aprendemos e praticamos desde a astrologia, que é matematicamente comprovável até reuniões de pura concentração de forças mágicas para melhorar a vida.

O FestivAlto terá sempre 4 edições anuais, celebrando as 4 mudanças de estação que ao longo da história da humanidade altera os ciclos de vida e morte do planeta terra e seus habitantes.

O chamado para mim, veio do alto paraíso.