As mulheres sábias mudam o mundo. Em silêncio, mudam a história.O que mais me atrai nessas entidades é que são dotadas &nbsp;de um instinto maternal de defesa, que brota em momentos tensos, de coragem, nos piores perigos, e uma riqueza incalculável de memórias ancestrais, passadas de mães para filhas e principalmente pelas avós.<h3>O que as distingue? &nbsp;</h3>Sou apaixonada pelas minhas avós. Passei tardes inteiras escutando suas histórias com uma curiosidade de arquivar em minhas memórias, tudo que elas tinham para nos contar, Dona Mariinha era uma fortaleza, matriarca, imperiosa e carinhosa. Suas comidas eram poções mágicas que nos escravizavam. Suas palavras escorregavam pelos nossos ouvidos, até o coração, e eu sentia vibrar, cada detalhe de seus relatos do passado. Talvez tenha encontrado em mim uma interlocutora mais curiosa, e me deu uma especial atenção. Aquela soberana povoou meus pensamentos de um conservadorismo religioso, ético, generoso, rígido. E eu já entendia que aqueles gestos de avó &nbsp;severa, apesar de não concordar, eram atitudes sábias.Dizia que podíamos brigar com irmão, pai, mãe, marido... O que não podíamos, era ir dormir sem dar boa noite, porque a noite, no escuro, a raiva se agiganta, e sem a prévia manifestação de amor inciondicional, antes do sono, nunca mais seríamos unidos.Sábia quando, com o olhar, controlava nossas más palavras e gestos inconvenientes. Sábia na hora de irmos para a cama, e nos dava a bênção com um beijo, e uma explicação para os acontecimentos do dia.<h3>O que seria &nbsp;de minha força, sem a força que ela me passou?</h3>Minha avó paterna era &nbsp;uma senhora elegante e moderna. Fazia uma paradoxo com Dona Mariinha, fumava em minha frente, o que ela não deixava ninguém ver, e me estimulava a ser livre, ser o que eu quisesse ser. E eu queria ser artista.As diferenças entre as duas me trouxeram equilíbrio, mas sempre com uma super valorização de suas palavras, seus exemplos.Talvez seja esse, o motivo, de me afinar tão bem com senhoras mais velhas.Tenho amigas com quem falo todos os dias, que me dão lições diárias de entendimento da vida, e até de resistência e defesa, em situações do cotidiano, colocando um filtro e tirando o filtro, evitando o que não faz bem, isolando o que não concordo.Dona Zélia Gattai foi uma dessas senhoras sábias que tive a sorte de privar da amizade, mesmo sendo em esporádicos encontros, mas todos, muito profundos. Testemunhei em sua casa na nossa primeira entrevista, sua candura e inteligência amorosa, para criar ao lado de seu jorge, amado, parceiro, marido, amigo; um mundo original, leve, ágil e bem humorado. Era lindo de se ver!Foi ela a primeira entrevistada do nomes. O programa que criei e montei com amigos e alguns dos melhores profissionais da mídia no ano 2000, na bahia.Dona Zélia, numa tarde, sentadas nas cadeiras de espera dos carros, no supermercado, não titubeou em aceitar meu convite. &nbsp;Essa forma sábia de dizer; gosto de você, mudou o meu mundo, dando força ao momento da partida solo.Mas nessa altura, eu já tinha uma amizade inspiradora com Dona Canô, que fez comigo uma coleção de entrevistas ao longo dos 18 anos iniciais do nomes, e me estimulou a prosseguir na tv desde os anos 80, quando ia anualmente à festa de santo amaro, e aos seus aniversários.<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1715736670/donacano_manu_dias_secom_gov_ba_41e3add4be.jpg" alt="donacano___manu_dias_secom_gov_ba.jpg"><figcaption>Dona Canô (1907-2012) , mãe de Maria Betânia e Caetano Veloso.</figcaption></figure>Quando lhe perguntei se sentia orgulho pelos filhos ilustres, ela me respondeu: nunca devemos sentir orgulho, (que tira a modéstia) luzia, devemos sentir, felicidade.Tenho frases e histórias que ouço de minhas amigas, Dona Ania billian, e Dona Karen bernsee, as duas matriarcas brancas de praia do forte, e de natí, uma sacerdotisa nativa, que me alertam e aconselham nesse nosso pequeno paraíso litorâneo.O mundo que as sábias controlam, mesmo através de seus companheiros, ou filhos, ou alunos, ou em suas manifestações que parecem invisíveis, arrefecem guerras, unem famílias, protegem a humanidade com amor, que é a única forma possível de continuar.Essas mulheres sábias, nos ensinam que tudo pode dar certo, se tomarmos as rédeas do que nos é importante,, e que nós, mulheres, temos o dom de reparar o nosso cotidiano, nossas famílias, com atitudes fortes e corajosas, e que esse domínio da força que possuímos, e que muitas de nós não percebemos, está aqui dentro de cada uma, nos tornando deusas de nós mesmas, e de nosso mundo.&nbsp;<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1715736445/Zelia_Gattai_2_jpg_03493322ec.webp" alt="Zelia-Gattai_2.jpg.webp"><figcaption>A escritora, fotógrafa e memorialista Zélia Gattai, na foto com seu marido, o também escritor Jorge Amado em 1946.</figcaption></figure>&nbsp;

Um Dia na Vida: 'Perfect Days' de Wim Wenders se Aprofunda na Arte de Viver

Aromaterapia: Desvendando os Segredos Terapêuticos dos Óleos Essenciais

A Sabedoria das Senhoras do Mundo

Olhe a seu Redor

Romance em Tempos Modernos

Mulheres se dão apoio mútuo, está na história, somos parceiras, somos solidárias, e quando mulheres se unem em torno de um propósito, acontece com amorosidade, com acolhimento, compaixão, doçura.O movimento florescer lidera uma turma de mulheres fortes do litoral norte da Bahia, que se perfumam e sobem em seus saltos para as reuniões semanais, onde narram suas trajetórias de luta, resiliência e sucesso. Todas elas participam dessas exposições de suas histórias. Corajosas mães, filhas, irmãs, esposas, amigas, se despojam e encorajam com seus relatos sofridos, para aquelas senhoras, moças e meninas, também portadoras de lutas e glórias.As sessões são de encorajamento, sem distinção de religião, mas sustentando que a religiosidade, a fé, é primordial para o desenvolvimento de si e do mundo que vive e constrói.Construir é a palavra chave de Polliana Braga, fundadora criadora e mentora do movimento.&nbsp; Uma mulher de luz, que recebeu a missão na vida de ajudar as pessoas, com liderança, firmeza e cuidado.<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1726263611/416245442_18407567617031126_4543181044970875508_n_434b061110.jpg" alt="416245442_18407567617031126_4543181044970875508_n.jpg"><figcaption>Polliana Braga</figcaption></figure>Ela é o que podemos chamar de ativadora de pessoas, uma vocação natural, desde a infância, o que lhe levou a procurar os canais onde poderia praticar o que lhe impulsionava, como meta de vida.Passou anos comandando centenas de mulheres, auxiliando em suas carências, na Igreja Batista de Malhadas, no município de Mata de São João, na Bahia, onde começou em 2006 como obreira, secretaria da igreja, líder dos jovens. Funções que foi acumulando e gerindo com desenvoltura na sua comunidade, liderando e ajudando pastores religiosos, inclusive o marido Kleber Seido, a construir num terreno doado, a igreja batista de malhadas.Foram muitos anos fazendo um trabalho de acolhimento, cuidava das pessoas, aconselhava e estimulava o crescimento espiritual e financeiro. Ensinou que todos que se ajudam, evoluem e vencem.Vida em curso, com um negócio de sucesso, e carreira do marido já bem desenvolvida, Polliana não se sentia satisfeita.A experiência de dar suporte emergenciais, que livrou muitas fatalidades, com aconselhamento e apoio, era a missão que recebeu ainda criança. Decidiu muito jovem, quando sua mãe ficou doente e cuidou e curou, que conseguiria. E então decidiu que esse era o caminho, ajudar pessoas.Numa manhã, lavando seus pratos, recebeu uma mensagem, uma voz em inglês, língua desconhecida para ela, “flourish movement”, pesquisou e encontrou o que estava buscando, fundar mais que um grupo, um movimento, uma corrente do bem e de estímulo às mulheres que labutam e nunca reconhecidas em seus próprios lares e círculos familiares e sociais.O movimento florescer fez e faz isso, reúne mulheres no propósito de vencer seus medos, fraquezas, inseguranças, e treiná-las para serem independentes, física, psicológica e financeiramente.Nos dois primeiros anos, o florescer chegou a atingir centenas de mulheres, todas empreendedoras, porque tinham seus clientes e trabalhavam sem orientação. O florescer mostra a direção, estimula e promove as atividades solos, que evoluem para empreendedorismo e empresas, são fortalecidas, com a união que encontram em suas collabs, reuniões semanais onde relatam suas experiências, sem máscaras e com muito positivismo.Polliana ativa esse sentimento de necessidade de florescer, ser próspera e segura. O que mais lhe desafia, é perceber pessoas que não conseguem tomar posse das oportunidades, e diz que é como se chegasse um carro imundo de lama num posto, e consegue lavar, limpar e dar brilho. “eu sou um instrumento de deus para destravar o potencial de quem me procura” afirma.Tudo isso veio no rastro de muita preparação, Polliana estudou teologia na rhema, escola que prepara ministros, criada nos EUA, e com milhares de alunos e seguidores mundo afora.Com segurança criou o seu movimento em 2021, e de lá para cá, já reuniu centenas de mulheres que vão aos pequenos eventos com palestras e workshops, e grandes, como o que aconteceu no polomar no aniversário de 2 anos, que reuniu mulheres para celebrar seus feitos e conquistas numa elegante festa.O movimento florescer alcançou pessoas de muitos credos, das mais diversas profissões e procedências, e cumpriu o legado que Polliana tem certeza, recebeu de deus.Hoje reúne algumas das mais prósperas e influentes mulheres do litoral norte da Bahia e já penetra em muitas outras localidades do brasil, com suas lives pelas redes sociais, e&nbsp;encontros que consolidam a idéia de que as mulheres, nunca andaram sós, e que são o esteio da humanidade com a união que as distingue e revela a melhor parte do ser humano.<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1726264004/420202034_18409450747031126_8808144624776047877_n_52e05e8e75.jpg" alt="420202034_18409450747031126_8808144624776047877_n.jpg"><figcaption>Polliana Braga</figcaption></figure><a href="https://www.instagram.com/pollianabragaseido/">@movimentoflorescer.ba</a><a href="https://www.instagram.com/movimentoflorescer.ba/">@pollianabragaseido</a>

Uma Jornada Gastronômica ao Redor do Mundo

A Arte de Incorporar Flores às Receitas

Entre Ciência, Bem-Estar e Luxo

Aromaterapia no Século 21

Età Cosmetics

Mulheres se dão apoio mútuo, está na história, somos parceiras, somos solidárias, e quando mulheres se unem em torno de um propósito, acontece com amorosidade, com acolhimento, compaixão, doçura.

Movimento florescer

Imagine uma enorme extensão de terras altas, que ficam sobre uma placa de cristal de quartzo, tão grande, que é a área com maior luminosidade vista da órbita da terra.Quando chegamos naquele altar dos deuses nos sentimos mais sensíveis e leves. A energia é tão expansiva que atrai pessoas ligadas às mais diversas religiões, seitas e credos. A espiritualidade é o que conduz aquele lugar, tão impressionante que o mais ateu dos seres da terra, encontra e se deixa envolver por sua atmosfera holística. Repleta de rituais, terapias, para a mente, corpo, e alma, que se irmanam e fazem o ar seco, ficar leve, para quem quer evoluir pensamentos e ações.A arquitetura é de uma diversidade inacreditável, com construções que imitam desde templos primitivos, até naves espaciais. Tudo em volta, torna curioso, o ateu, em descobrir porque, e como, toda aquela gente que habita e visita o Alto Paraíso, levita pelas ruas salpicadas de lojas que comercializam símbolos e objetos, vestes, instrumentos, pedras, velas, óleos, incensos, alimentos e música que remetem a práticas ritualísticas.Nada ali está isento de lhe fazer meditar e procurar ser melhor e mais saudável.A fé circunda o ecossistema quase virgem de suas matas de uma vegetação seca e florida, suas dezenas de cachoeiras estão invariavelmente banhando os amantes da natureza que encontram a paz ao colher os cristais que reluzem por todas as trilhas e caminhos. A vida ali tem outros significados.Ali, as pessoas procuram aperfeiçoar o ser.E foi isso que encontrei no alto paraíso quando fui em 2009, pela primeira vez, a convite de Tatiana Mandelli, para a cerimônia de confirmação de seu casamento, que para os wicca, é celebrado anualmente.Foi num hotel castelo medieval, com a estética e a atmosfera que me deu a sensação de ter entrado no túnel do tempo. Todos estavam vestidos com roupas da idade média, as comidas, as bebidas, as fogueiras assando animais, os pães, as frutas, as velas, o mastro com fitas para o ritual da dança foi magnetizante, marcante, inesquecível.<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1727727628/JARDIM_4_dacc482f72.jpg" alt="JARDIM (4).jpg"><figcaption>Pousada Casa da Lua</figcaption></figure>Desde aí nunca mais deixei de ir.A minha alma elegeu o alto paraíso para restaurar minha luz, meus ideais.E vou todos os anos, às vezes mais de uma vez.Esse ano estive, como sempre, no período de São João, quando se celebra o yule, uma cerimônia que marcou a minha iniciação nos ensinamentos das antigas religiões celtas, que se espalharam pelo mundo, e que possuem a sabedoria da medicina natural, da cura pelo fazer tudo que lhe der vontade, menos fazer mal a alguém.Foi com relutância que aceitei participar dos rituais, minha formação cristã católica conservadora, me impedia de sentir a liberdade de poder ter fé em tudo que traz a paz.Minha inclinação infantil pelo oculto ganhou asas com a aceitação de que posso ser muito melhor se aceitar todos os credos e filtrar os que me fazem sentir plena de bons sentimentos.No Alto Paraíso de Goiás acontecem inúmeros rituais e festivais religiosos, mas agora existe o FestivAlto, que reúne os mais consistentes e científicos meios de acreditar no ocultismo. No começo de agosto de 2024 aconteceu pela primeira vez, fui, e foi uma festa para os que como eu, creem que estamos no mundo para nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos. Ali aprendemos e praticamos desde a astrologia, que é matematicamente comprovável até reuniões de pura concentração de forças mágicas para melhorar a vida.O FestivAlto terá sempre 4 edições anuais, celebrando as 4 mudanças de estação que ao longo da história da humanidade altera os ciclos de vida e morte do planeta terra e seus habitantes.O chamado para mim, veio do alto paraíso.<img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1727727959/d84a02d2deaa7c4a38a0c6b3b1637d4flow_4f57d8a174.jpg" alt="d84a02d2deaa7c4a38a0c6b3b1637d4flow.jpeg">

Arquitetura de Casa em Estilo Ibiza com Toques Africanos e Indianos

O Charme das Montanhas

Castelo Saint Andrews

O Alto Paraíso de Goiás é um Lugar Mágico

O Alto do FestivAlto

A vida da joalheira Emar Batalha foi moldada por desafios, oportunidades e um compromisso inabalável com a transformação — tanto a sua quanto a dos outros. Nascida em Colatina, Espírito Santo, seus primeiros anos foram marcados por dificuldades. Criada pela avó após a trágica perda da mãe, Emar encontrou força em circunstâncias difíceis. Foi essa tenacidade que a levou além dessas lutas iniciais, em direção à vida que ela imaginou para si mesma.Sua jornada no mundo das joias começou quase por acaso. Depois de se mudar para Vitória e se reunir com a família de seu pai, ela descobriu seu talento para a comunicação e sua paixão pelo empreendedorismo. Vender joias de porta em porta se tornou o ponto de partida para uma carreira que logo floresceu em algo muito mais significativo. Seus designs, inicialmente nascidos de sua desenvoltura, logo atraíram atenção além de sua comunidade local.A primeira grande chance de Emar veio através de um encontro com a cantora Preta Gil. Em um evento em Vitória, ela vendeu suas criações para Preta, que mais tarde apresentou seu trabalho à mídia. A exposição a impulsionou para o Rio de Janeiro e, de lá, seu negócio cresceu com a abertura de lojas em São Paulo, Brasília e Salvador. Suas joias — marcadas por sua elegância e atemporalidade — se tornaram as favoritas entre as mulheres atraídas pela beleza com uma narrativa mais profunda.Além de seu sucesso como joalheira, a história de Emar evoluiu para uma de impacto social. Durante a pandemia, uma conversa com sua governanta sobre uma tragédia de deslizamento de terra nas proximidades desencadeou uma nova direção. O que começou com a preparação de lancheiras para famílias deslocadas se desenvolveu em uma iniciativa maior — o Instituto Alimentando o Bem. Por meio dessa organização sem fins lucrativos, Emar tem criado oportunidades para mulheres, fornecendo apoio psicológico e material.<figure class="image"><img src="https://res.cloudinary.com/dyzcpwvl3/image/upload/v1728576433/Life_Fabrica_de_Chocolate_do_Instituto_Alimentando_o_Bem_800x533_ea05408dd5.webp" alt="Life_Fabrica-de-Chocolate-do-Instituto-Alimentando-o-Bem-800x533.webp"><figcaption>Fábrica de Chocolate do Instituto Alimentando o Bem_Foto: Via Forbes/Divulgação&nbsp;</figcaption></figure>Seus esforços vão muito além da caridade. O foco de Emar é capacitar mulheres para ganhar independência. Por meio de workshops e pequenos empreendimentos — cerâmica, costura e fabricação de velas — as mulheres estão aprendendo ofícios que lhes fornecem renda e propósito. Seu último projeto aborda a insegurança habitacional, realocando famílias que vivem em áreas inseguras para lares mais estáveis, transformando não apenas vidas individuais, mas comunidades inteiras.Em um evento em Salvador junto com o Instituo Tidelli, ela apresentou para seus clientes a iniciativa da Tidelli em criar um instituto que emprega mulheres da comunidade local para o desenvolvimento de produtos a partir de materiais da fábrica. Seu discurso naquele dia enfatizou a importância de apoiar as mulheres — não apenas com palavras, mas com ações. Emar fomentou doações mensais para o projeto e destacou a importância da causa social na agenda do empreendedorismo.Registro deste momento no youtube, acesse:&nbsp;

<a href="https://emarbatalha.com.br/">emarbatalha.com.br</a>

A Fabulosa Katia Espírito Santo

A Dama da Cachaça

Esther Schattan

Na Vanguarda da Inovação Empresarial no Brasil

Casamento no Tivoli Ecoresort Praia do Forte

A Aurora é Amanhecer, Acordar para a Vida

A vida da joalheira Emar Batalha foi moldada por desafios, oportunidades e um compromisso inabalável com a transformação — tanto a sua quanto a dos outros. Nascida em Colatina, Espírito Santo, seus primeiros anos foram marcados por dificuldades. Criada pela avó após a trágica perda da mãe, Emar encontrou força em circunstâncias difíceis. Foi essa tenacidade que a levou além dessas lutas iniciais, em direção à vida que ela imaginou para si mesma.

Emar Batalha – Mulher a Força da Natureza

Deus veraneia aqui. Essa é a melhor frase para definir o litoral norte da Bahia, que se espraia desde o aeroporto de Salvador, em praias que compõem cenários paradisíacos e repleto de fauna, flora, história, cultura, liberdade e vida festiva.O litoral norte da Bahia ficou famoso mundialmente no início da década de 70, quando Janis Joplin, pouco antes de sua morte, esteve por ali. Nessa leva vieram Mick Jagger, outros Rolling Stones, e muitos artistas nacionais e internacionais atraídos por Arembepe, uma das primeiras aldeias hippies do mundo, que surgiu em 1968 e que permanece até hoje.É por&nbsp;Arembepe que começo a mostrar as delícias desse litoral. Ele se estende por uma estrada de 190 km, que reúne praias encantadoras que se destacam desde ali, no município de Camaçari até o Mangue Seco, a terra de Tieta do Agreste de Jorge Amado.Arembepe se tornou um símbolo da contracultura por integrar natureza belíssima e liberdade. O festival de Arembepe trouxe música, muitos adeptos do movimento hippie e jovens em busca de uma realidade alternativa. Arembepe é linda! Cercada por arrecifes, que despejam ondas em forma de cachoeira, vista fascinante à beira mar, com pousadas e restaurantes lendários.&nbsp; Aliás, tudo é lendário em Arembepe, onde o sonho não acabou.Trinta quilômetros depois está&nbsp;Guarajuba, no mesmo município com águas calmas e de um azul fascinante. Lugar de belas mansões, bom resort, hotéis, pousadas confortáveis, bares, restaurantes e um comércio pujante, onde você encontra um shopping a céu aberto. As barracas à beira mar com iguarias baianas e variadas cozinhas vivem lotadas de gente bonita, ideal para famílias que buscam tranquilidade e segurança.

Logo ali, 5 km depois, está Itacimirim, porto de pescadores e de rara beleza, com suas famosas praias. Uma delas de ondas, ideal para surfistas, mas com piscinas naturais na maré baixa. Itacimirim oferece&nbsp; sua costa para quem prefere mais tranquilidade, e pode-se ir a pé pela areia, para a vizinha Praia do Forte.<h2 style="margin-left:30pt;text-align:justify;">Praia do Forte: a rainha do litoral</h2>

Em 1984 foi inaugurada a ponte sobre o rio Pojuca, que possibilitou&nbsp; o acesso da Estrada do Coco, ao norte&nbsp; de Salvador, até a Costa dos Coqueiros, sem precisar da balsa para atravessar do município de Camaçari, (em Itacimirim), para Mata de São João. Ali começa outra faixa de balneários paradisíacos, iniciando pela rainha do litoral: a&nbsp;Praia do Forte.&nbsp;Foi ali que um dos primeiros colonizadores portugueses construiu o castelo-residência-forte, para comandar mais de 800 mil quilômetros de terras banhadas pelo mar. Saindo justamente dali, o extenso litoral que se tornou o nordeste do Brasil. A escolha&nbsp; de Garcia D’Ávila foi&nbsp; confirmada pela história, presente em cada palmo dessa linda costa dos coqueiros, que foram trazidos da África por ele, e que ornamentam toda a faixa onde o mar se sente mais original, mais brasileiro.&nbsp; A Praia do Forte é tão grandiosa, que se tornou o metro quadrado mais valorizado das praias da Bahia - e do Brasil. Quem chega ali, quer ficar, morar, viver, pertencer...A natureza não fez economia em exuberância e diversidade, suas matas, seu mar, seus rios e cachoeiras, sua fauna repleta de animais silvestres e marinhos, como baleias gigantes, que chegam em julho e se vão em outubro. Nesse período é possível vislumbrar esses gigantes mamíferos e seus filhotes, em passeios em embarcações seguras. Também podemos ver as famosas tartarugas seculares, preservadas desde os anos 1980 pelo importante Projeto Tamar, que nos proporciona um parque de piscinas onde podemos tocá-las e testemunharmos o nascimento de milhares de tartaruguinhas desovadas em suas areias, que correm para o mar num espetáculo inesquecível.

Isso tudo ao lado de uma vila repleta de restaurantes, bares, palcos com grandes atrações e festivais de música, gastronômicos, de literatura, manifestações religiosas e folclóricas que mantêm esse lugar escolhido por Deus e pelos colonizadores para ser frequentado o ano inteiro.Tantas atrações não escapam dos olhares de quem persegue a paz. E a paz está aqui entre seus habitantes nativos, com ascendência indígena e miscigenada, que resultou em uma comunidade integrada pelos sensíveis de todas as raças, que vêm de toda parte do mundo, e permanecem, e trazem seus conhecimentos, e enriquecem ainda mais a cultura valorizada de sua gente feliz.Na década de 70, o alemão Klaus Peters descobriu e adquiriu a imensa fazenda de coqueiros e pesca. Fez um projeto que contemplava os legítimos habitantes, e criou um polo turístico com regras que permanecem e sustentam o ecossistema, a preservação dos costumes e o respeito aos que aqui nasceram.O visionário construiu a estrutura da vila de pescadores e seu entorno, distribuiu terrenos para os legítimos, e construiu sua casa, a Casa da Península, quase ao lado da Casa da Torre, o castelo histórico que reina com seu monumento e museu no alto da enseada.A Praia do Forte é, sem dúvida, parada obrigatória para quem quer natureza, história, dias e noites animadas e delícias servidas nos seus maravilhosos resorts, pousadas, restaurantes, bares frequentados pelos seus elegantes veranistas e turistas de bom gosto.<h2 style="margin-left:30pt;text-align:justify;">Imbassaí e Sauípe: natureza e lazer</h2>Seguindo pela linha verde que começa ali, a 10 km, está a maravilhosa Imbassaí. Uma delícia de opção para visitar e se hospedar neste apaixonante litoral, que abriga um grande rio que encontra com o mar e tem cachoeiras, moradores com espírito leve e empreendedores de recantos luxuosos, que cultivam a espiritualidade e práticas medicinais alternativas.&nbsp;

Seus condomínios são redutos de natureza, seus restaurantes e bares convidam a querer parar e ficar por ali, antes de prosseguir para a Costa do Sauípe. Esse complexo turístico foi inaugurado&nbsp; em 2000 e ajudou a promover o turismo na região. Reúne resorts, pousadas e uma vila com opções de lazer, gastronomia e muitos eventos grandiosos. Seu campo de golfe e quadras de tênis atraem um grande número de turistas do mundo inteiro, que ainda têm a ótima opção de fazer em sua área de firmeza ideal, longas caminhadas.Quem procura praias primitivas e sossegadas, a melhor opção é a Vila de Santo Antônio. Com&nbsp; natureza preservada, povoada por nativos de uma mesma família, mas com uma estrutura de pousadas, restaurantes e bares que impressiona pelo conforto e luxo, onde invariavelmente acontecem grandes festas para um público elegante e sensível. Em Santo Antônio há um pequeno museu de sua história, com um centro cultural que atende a comunidade para aulas de capoeira e vários cursos, sessões de yoga e práticas esotéricas para seus visitantes. A praia e a vegetação são inacreditavelmente&nbsp; virgens.<h2 style="margin-left:30pt;text-align:justify;">Massarandupió: restinga e dunas</h2>Saindo de Mata de São João, não muito longe dali, chegamos em Massarandupió, no município de Entre Rios. Conhecida como uma das poucas praias oficiais de nudismo do Brasil, é cercada por uma vegetação de restinga e belíssimas dunas. A praia é dividida entre a área reservada ao naturismo e outra aberta a todos os visitantes. Lugar para passar um delicioso dia em suas águas quentinhas&nbsp; de rio e mar, comendo delicinhas nativas em seus bares de praia. Massarandupió tem mais um grande atrativo: tribos indígenas originais, e o ecoparque, com uma vila e pousada comandada pelo cacique Goby Boré, homem culto&nbsp; que reúne em&nbsp; seu parque uma comunidade praticante de costumes e religião dos nossos povos originários. No último domingo de cada mês, ele promove a famosa feira da mata, repleta de artesanato, comidinhas , música, danças e palestras que nos levam ao Brasil original.O Baixio fica a 30 km depois de Massarandupió, no município de Esplanada. Ainda pouco explorado, mas já em franca expansão para se tornar o próximo polo turístico do litoral. Prova disso é que já foram construídos um grande hotel, pousadas e condomínios com infraestrutura para receber turistas exigentes. A natureza exuberante e seus atrativos já bem estruturados e bem frequentados, com um réveillon de grandes atrações e confortos, que não deixam dúvida de ser mais um delicioso destino na nossa costa dos coqueiros.<h2 style="margin-left:30pt;text-align:justify;">Para encerrar, siga até o Mangue Seco</h2>Ah o mangue seco!! Dunas de areias brancas como neve, que se movem da noite para o dia e que dão a sensação de que você acordou em outro lugar. Terra de Tieta do Agreste e suas cabras e histórias apaixonantes do nosso mais famoso escritor, Jorge Amado. Ele descreveu essas belezas no&nbsp;best seller mundial, e nos fez crer que não existe uma opção melhor para passar o verão do que no litoral norte da Bahia.<h2 style="margin-left:30pt;text-align:justify;">Conheça mais detalhes de cada uma dessas paisagens:&nbsp;&nbsp;</h2>

<h2 style="margin-left:30pt;text-align:justify;">Para saber mais</h2><a href="https://www.instagram.com/arembepeparaiso/">@arembepeparaíso</a> <a href="https://www.instagram.com/aldeiahippie_bahia_oficial/">@aldeiahippie_bahia_oficial</a> <a href="https://www.instagram.com/praia_de_guarajuba/">@praia_de_guarajuba</a> <a href="https://www.instagram.com/itacimirim_oficial/">@itacimirim_oficial</a> <a href="https://www.instagram.com/praiadoforteba.oficial/">@praiadoforteba.oficial</a> <a href="https://www.instagram.com/projeto_tamar_oficial/">@projeto_tamar_oficial</a> <a href="https://www.instagram.com/projetobaleiajubarte/">@projetobaleiajubarte</a> <a href="https://www.instagram.com/imbassai_bahia/">@imbassai_bahia</a> <a href="https://www.instagram.com/costadosauipe/">@costadosauipe</a> <a href="https://www.instagram.com/santoantoniosustentavel/">@santoantoniosustentável</a> <a href="https://www.instagram.com/massarandupio_beach/">@massarandupio_beach</a> <a href="https://www.instagram.com/associacao_amam/">@associaçao_amam</a> <a href="https://www.instagram.com/feira.da.mata/">@feira.da.mata</a> <a href="https://www.instagram.com/baixioturismo/">@baixioturismo</a> <a href="https://www.instagram.com/manguesecooficial/">@manguesecooficial</a>

Entre as joias do litoral norte da Bahia, praias como Arembepe, Guarajuba, Itacimirim, Praia do Forte, Imbassaí, Sauípe, Massarandupió e Mangue Seco se destacam. Explore o charme e a beleza singular de cada um desses paraísos brasileiros. 

Deus veraneia aqui. Essa é a melhor frase para definir o litoral norte da Bahia, que se espraia desde o aeroporto de Salvador, em praias que compõem cenários paradisíacos e repleto de fauna, flora, história, cultura, liberdade e vida festiva.

Verão no litoral norte da Bahia

No ano passado, um vídeo circulou pelas redes sociais retratando de forma precisa o que&nbsp;Salvador - e a&nbsp;Bahia de maneira geral - causa nas pessoas quando chegam aqui. A poesia, que veio em forma de meme, diz que se você tem um problema qualquer ou está se sentindo infeliz, a solução é simples: vá para a Bahia!Na Bahia, há uma reação excitante, que entra pelas narinas, pelos ouvidos, pela pele, e que faz o coração palpitar. Pelas ruas, há sempre um batuque, uma música contagiante que influencia o passo. Sem perceber, estamos andando em ritmo com cadência que faz o mais distraído mortal diferenciar que aqui, definitivamente, o humor muda e se entrega à atmosfera da constante festa.O verão de Salvador começa em setembro com os&nbsp;carurus de&nbsp;São Cosme e Damião, que perfumam todas as esquinas. Não que esse aroma não esteja presente o ano inteiro, mas nos dias que circundam 27 de setembro, o cheiro é mais forte. Por aqui, todos são devotos (é algo que vem de berço) e fazem promessas para os santos gêmeos.&nbsp;Às vezes, nem se é tão religioso assim, mas a tradição familiar leva os soteropolitanos às feiras de&nbsp;São Joaquim e das&nbsp;Sete Portas para comprar o quiabo, ingrediente protagonista do xinxim, o camarão seco, o coco, os amendoins, as castanhas e as galinhas para fazer o prato clássico.&nbsp;Além deste, há uma infinidade de outros pratos que compõem a culinária das legítimas mesas da Terra da Felicidade e que se espalham pela cidade servindo, primeiramente, a sete crianças, e, depois, aos adultos que aguardam comendo&nbsp;acarajé e&nbsp;abará, regado por muitas cervejas (nos carurus de preceito, ou seja, de promessa, é proibido servir bebida alcoólica).

Em 4 de dezembro, mais caruru. Dessa vez para&nbsp;Santa Bárbara, que no sincretismo religioso é a própria&nbsp;Iansã. Isso representa uma mistura de religiosidades que se unem para festejar a Rainha dos Raios, principalmente na região do&nbsp;Centro Histórico com seus tradicionais panelões enfeitiçantes que matam a fome de axé de quem passa.<h2 style="text-align:justify;">As festas de largo</h2>No verão, as festividades se espalham em frente às igrejas e praças de Salvador. Conhecidas como festas de largo, elas se iniciam com a tradicionalíssima&nbsp;Festa da Conceição da Praia, em 8 de dezembro. A festa da Padroeira da Bahia é como um cenário de filme de “baianidade”, com missas, procissão marítima e muitas manifestações culturais.Os “religiosos foliões” se encontram em frente a&nbsp;Igreja de Nossa Senhora da Conceição Da Praia, que fica do outro lado da rua do&nbsp;Mercado Modelo e ao lado do&nbsp;Elevador Lacerda.&nbsp;Até as barracas, que antes eram coberturas de lonas arranjadas às pressas e improvisadas, com engradados de cerveja servindo de banquinhos, já evoluíram e estão quase padronizadas.

Abrindo o ano, em primeiro de janeiro acontece o&nbsp;Cortejo no Mar com a procissão do&nbsp;Senhor dos Navegantes, protetor dos pescadores. O barco mais emblemático do ritual, a galeota Gratidão do Povo, sai da&nbsp;Igreja da Boa Viagem, na Cidade Baixa, e faz seu cortejo de embarcações ali, na linda&nbsp;Baía de Todos os Santos.

Mas a festa de largo mais famosa é a&nbsp;Lavagem do Bonfim, uma comemoração centenária que acontece na segunda quinta-feira de janeiro, e movimenta a&nbsp; Cidade Baixa inteira. Claro, ela também movimenta a Cidade Alta, que é separada apenas pelo Elevador Lacerda, onde se formam filas quilométricas de gente vestida de branco que prefere o tradicional meio de transporte (além das muitas outras que descem pelas ladeiras e outros elevadores do entorno).O cortejo sai da&nbsp;Igreja da Conceição e segue por oito quilômetros até a&nbsp;Colina Sagrada, atraindo milhares de devotos, turistas e foliões. Ao longo do trajeto, a multidão se espalha, mas, de forma quase inexplicável, muitos conseguem alcançar o átrio da&nbsp;Igreja do Senhor do Bonfim.&nbsp;Lá, as baianas, com seus jarros de água de alfazema, lavam as escadarias enquanto missas são celebradas fora da igreja. Tem gente chorando, tem gente cantando, tem gente dançando, tem gente se encantando, o certo é que tem muita gente e é, definitivamente, um delírio coletivo.

No final de janeiro, acontece a purificação na&nbsp;Festa de São Lázaro, conhecido por&nbsp;Omulú, no sincretismo religioso das religiões católica e candomblé. Na porta da igreja, no bairro da Federação, as baianas e fieis vestidos de branco dão e tomam banhos de pipoca, para limpar e trazer boas energias aos que ali comparecem.

Linda e muito esperada, na&nbsp;Festa de Yemanjá o mar do&nbsp;Rio Vermelho amanhece coalhado de pequenos barquinhos e de todos os tipos de embarcações que vêm de todo canto para presentear a&nbsp;Rainha do Mar. Eles trazem cestos cheios de oferendas e flores para lançar ao mar.&nbsp;&nbsp;O Rio Vermelho inteiro vira um grande salão de festas: dentro e fora das casas, em clubes, restaurantes e hotéis. As ruas são inundadas de grupos de músicos e passantes que entoam canções e dançam até o dia raiar outra vez. Nesse dia, todos vestem branco e azul, e o clima é de emoção e fé, além de muita festa.

A&nbsp;Lavagem de Itapuã encerra o ciclo do verão antes do Carnaval e acontece sempre poucos dias antes da&nbsp;Folia Momesca. O bairro, endeusado pelo poeta Vinicius de Moraes, recebe baianos e quem vier para se misturar num clima de descontração e banho de mar. Na vida você não leva nada, senão “dormir nos braços morenos da lua de Itapuã”.Salvador é o resumo desse estado cheio de encantamento e religiosidade. A alegria do povo baiano é tão intensa e tão leve que o turista menos avisado só pensa em uma coisa depois de viver alguma dessas experiências: voltar para Bahia e descobrir que ali também é seu lugar.

As festas de largo de Salvador

No ano passado, um vídeo circulou pelas redes sociais retratando de forma precisa o que Salvador - e a Bahia de maneira geral - causa nas pessoas quando chegam aqui.

Alegria é um estado que chamamos Bahia

Irmã Dulce é a mais alta representação feminina: amor puro, generoso e altruísta. Muitos de nós, baianos, tivemos a bênção de testemunhar sua trajetória e sentir de perto a grandiosidade de sua missão. A menina Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes nasceu em maio de 1914 para se tornar uma entidade. Um anjo que personificava o bem e a alma feminina que chamamos de amor. Desde cedo, sua vocação para o auxílio ao próximo se manifestava em pequenos gestos de compaixão.

Na Cidade Baixa, descendo pelo Elevador Lacerda, está o comércio de Salvador, região que abrigava o centro financeiro da capital baiana. Meu pai trabalhava lá. Eu e muitos outros frequentávamos aquele reduto de bancos e entidades importantes, onde víamos passar a freira pequenina.

Ela caminhava apressada, muitas vezes sozinha, visitando empresas que a ajudavam a espalhar amor e cuidados para quem precisava. Seu trabalho incansável começou aos 13 anos, quando escolheu a vida religiosa.Durante uma visita a uma área carente com sua tia, não conseguiu conter a compaixão. Desde então, passou a buscar e acolher doentes e mendigos pelas ruas e periferias da cidade. Inicialmente, os levava para a casa dos pais, que logo ficou pequena.Convencendo madres superioras, padres, arcebispos, políticos, empresários e a população, liderou a construção do maior centro de saúde beneficente do Brasil: a Associação Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), fundada em 1959.

Sua missão resultou no Colégio Santo Antônio, voltado para operários e seus filhos. No Convento Santo Antônio, transformou um galinheiro em albergue para desabrigados e, mais tarde, construiu e ampliou o hospital de mesmo nome.A cada passo, Irmã Dulce superava obstáculos com determinação e fé. Mesmo sem recursos financeiros abundantes, conseguiu mobilizar pessoas e recursos, tornando real o que parecia impossível. Atualmente, esse complexo médico, social e educacional atende três milhões de pessoas na Bahia, realiza 6,6 milhões de procedimentos ambulatoriais, serve 1,2 milhão de refeições e registra 63 mil internamentos anuais. Para sustentar essas operações, a Osid fabrica e comercializa bolos, pães, imagens, livros e terços. Grande parte dos recursos vem do SUS e de doações de empresas e fiéis. Médicos, enfermeiros, ex-pacientes, antigos órfãos e frequentadores da igreja no Largo de Roma dedicam-se ao trabalho sem remuneração. São voluntários que, inspirados pelo exemplo de Dulce, presenciam diariamente a solidariedade e o acolhimento que fazem parte da essência da entidade. Mesmo enfrentando problemas pulmonares ao longo da vida, Irmã Dulce nunca desistiu de buscar alimento e cura para milhares. “Se todos derem amor, vai ser muito mais fácil”, dizia. A força de sua mensagem ressoa até hoje, inspirando fiéis e admiradores de sua história.

Dulce faleceu em março de 1992, aos 77 anos. Seus milagres levaram à canonização pelo Vaticano em 13 de maio de 2019. O primeiro milagre reconhecido foi o de Cláudia Cristina, que, desenganada por conta de uma hemorragia, se recuperou após a visita de um padre que orou por intercessão da irmã. O segundo milagre foi o de um senhor baiano que, após 14 anos sem enxergar, recuperou a visão. Chamada de Anjo Bom da Bahia, Irmã Dulce se tornou poesia e devoção pelas praças, ruas e becos. Nós, soteropolitanos de algumas gerações, testemunhamos sua incansável peregrinação em socorro a enfermos, crianças, idosos, viciados e excluídos. Seu legado transcende o tempo e continua vivo nas Obras Sociais Irmã Dulce. Seus olhos transmitiam a beleza da bondade, e sua trajetória permanece como um farol de esperança e compaixão para o mundo.

Por dentro da trajetória de irmã Dulce, o anjo baiano que transmitia a beleza da bondade

Irmã Dulce é a mais alta representação feminina: amor puro, generoso e altruísta. Muitos de nós, baianos, tivemos a bênção de testemunhar sua trajetória e sentir de perto a grandiosidade de sua missão.

Luzia Santhana